. RIO ALVA
. RECADOS
Hoje resolvi falar um pouco sobre este simpático lugar do CASAL CIMEIRO que para mim faz parte do GOULINHO, foi assim que sempre o conheci e irá continuar a ser.
Mas o Casal Cimeiro tem-se sabido modernizar e revitalizar de gente jovem pois é um lugar onde há juventude em idade escolar o que será, para muitas aldeias vizinhas motivo de inveja no bom sentido da palavra.
O Casal Cimeiro também nos últimos anos com a simpatia dos seus moradores, soube cativar gente de outras zonas do país, nomeadamente, Lisboa que vieram ali adquirir duas casas uma já reconstruída e outra já em fase de recuperação. Ficamos muito satisfeitos com a escolha do Casal Cimeiro para aqui viverem ou passar as suas merecidas férias entre nós "sejam bem-vindos" nós vos recebemos com muita simpatia, amizade e respeito aliás como é apanágio das nossas gentes.
Neste simpático lugar temos também dois grandes artistas, um deles ainda meu primo o António Bárbara que foi um grande carpinteiro calcorreando montes e vales com as suas ferramentas ás costas também ele com a sua arte levou o nome do Goulinho pelas aldeias da serra do Açor nomeadamente Porto Silvado, Vale do Torno, Gramaça, Piodão, Sobral Magro, Sobral Gordo, e tantas outras. Outro artista é o Sr. Albertino Martins o homem que de trapos velhos fazia as antigas mantas de fitas que hoje servem como decoração, mas que nos tempos passados eram usadas nas camas a servir de cobertores. Este homem com a sua arte de tecelão foi outro grande mensageiro do Goulinho, também andou de terra em terra pelos mesmos lugares do anterior artista mas mais alguns como São Gião, Carvalha, Valezim, Cabeça de Eira. O nosso Albertino é irmão do José Martins que mora no Chão Sobral que por encomenda ainda faz este tipo de artesanato.
As mantas de fitas como nós lhes chamamos, eram feitas de roupas velhas nomeadamente vestidos, saias, blusas, depois de rasgadas em tiras de fita eram dobadas numa dobadoira (torcidas) para dar entrada no tear, daí saiam lindas mantas ou tapetes. Os nossos amigos Albertino e José andavam de terra em terra na recolha dos rolos de fitas já feitas pelas pessoas que muitas vezes as faziam ao serão junto da lareira nas grandes noites de inverno e que depois de trabalhadas pelos artistas lhe eram devolvidas já em obra feita como mantas ou tapetes em troca de algum valor monetário ou outras fitas em troca conforme o que tivesse sido acordado.
Outro artista menos conhecido mas também originário do Casal Cimeiro era o Castanheira grande alfaiate em Lisboa na zona do Castelo de São Jorge.
Não ficava bem comigo próprio se aqui não falasse de outro homem que não sendo artista travou uma luta nos anos cinquenta para que a energia eléctrica chega-se ao Casal Cimeiro esse homem chamava-se Agostinho Dias
Aqui fica um pouco de história do nosso Casal Cimeiro que tal como disse no inicio para mim com o Goulinho é um só povo agora e sempre.
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. Notas de Carvalhal - Miúdo e Ladeiras de Góis
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