Os nossos amigos
Quem chega ao cimo da serra
Vê em baixo o meu Goulinho
É um velho povoado
Antigo muito velhinho
Quem te vê ao vir da serra
Não se engana no caminho
Envolto em neblina
Serás sempre o meu Goulinho
Tuas ruelas e calçadas
Feitas á mão mas com brio
São ladeadas de casas
Aonde não entra o frio
Uma bela construção
Com bonita cantaria
Um sonho e um passado
Vivido com alegria
Ver-te triste e abandonado
Esse olhar pardacento
Ver o teu olhar tristonho
Para mim é um tormento
Foi esta a primeira vês
Que te vi assim tão triste
Eu vou falando de ti
Teu amigo não desiste
És velhinho és bonito
As tuas barbas são brancas
A tua verticalidade
Quem te vê logo encantas.
António Assunção