Os nossos amigos
Vista panorâmica de Aldeia das Dez
O que fomos, o que somos e o que podemos vir a ser !
Esta conjectura dá-nos a dimensão do que é, ou pode vir a ser a evolução dos tempos, tendo presente o ponto de partida de uma geração cheia de sonhos que marcou uma época.
Passados já alguns anos, recordamos com alguma saudade os tempos em que toda a vestimenta usada nas nossas pequenas aldeias era confeccionada pela costureira da terra, senhora que fazia desde saias a vestidos e blusas. A roupa para homem era feita por um alfaiate que nem todas as terras tinham.
Nos anos cinquenta e sessenta as máquinas de costura entraram nas casas mais abastadas onde houvesse raparigas lá estava a máquina para fazer as várias peças de roupa e os bordados para o enxoval.
Hoje o que temos? As máquinas já fazem muitas delas parte de museus, muita menina nem numa agulha sabe pegar, as roupas chinesas e indianas, proliferam por todo o lado… alfaiates já não há .
As feiras, que eram muitas, onde se comprava alguma roupa feita nota-se hoje a fragilidade das mesmas em algumas localidades já acabaram e as que restam o destino será o mesmo pois as grandes superfícies comercias acabaram por as abafar.
A roupa depois de gasta ( já velha ) era feita em fitas normalmente nos tempos livres ou á lareira ao serão que depois eram enviadas em forma de bola para o tecelão que no tear fazia lindas mantas ( chamada a manta de fitas ) para na cama no meio dos outros cobertores fazer peso.
Hoje as mantas de fitas já só se usam como peça de artesanato embora ainda na nossa freguesia haja quem as faça em Aldeia das Dez temos o Sr. Viriato e no Chão Sobral o Sr. José Martins .
O artesanato tem futuro se houver quem o queira aprender e as entidades locais Junta de Freguesia e Câmara Municipal o apoiarem nas nossas terras. Já pouco nos resta… os rebanhos de gado acabaram, a agricultura está morta e a desertificação cada vez é maior. Já só nos resta o turismo que nos possa vir a visitar. Pois temos paisagens maravilhosas e uma serra encantadora mas falta-nos o resto: onde comer, onde dormir, dar apoio a quem nos visita sinalizando caminhos pedestres e colocando placas toponímicas com informação correcta do que pode ser visitado em cada localidade… enfim semear para colher.