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Segunda-feira, 20 de Setembro de 2010

GOULINHO E AS VINDIMAS

Em breve no meu Goulinho tal como em todo o pais as vindimas fazem parte da cultura do nosso povo.

No Goulinho longe já vai o tempo que na época das vindimas a azáfama era tamanha desde o lavar os barris apertar os arcos enfim prepará-los para receberem o precioso néctar. No campo era ver os grupos de homens e mulheres a cortarem os cachos enquanto outros os transportavam em cestas feitas de verga para as dornas onde um homem ou rapazes descalços faziam a pisa da uva .

Hoje esse ritual já só é feito infelizmente por meia dúzia de produtores a quem eu chamo os últimos resistentes se bem que esteja a aparecer gente que ama a sua terra e luta para que as silvas não tomem conta da terra. Para esses eu deixo aqui os meus parabéns tais como o Dr. Carlos Lourenço e ao seu filho Francisco que há cerca de um ano ou dois plantaram uma belíssima vinha com videiras seleccionadas. É de gente como esta que o nosso Goulinho precisa bem sei que para se tirar rendimento do investimento feito vai demorar algum tempo mas nem sempre o lucro é o mais importante, pois o sentimento e o respeito por aqueles que já partiram faz-nos sentir mais felizes .

Espero que outros Goulinheses sigam o exemplo destes nossos amigos para que a paisagem do nosso Goulinho seja mais verde e por hoje é tudo vou deixar aqui um pequeno poema alusivo á uva e ao vinho a que eu chamo poema da minha adega.

 

Videiras que eu pisei.

Videiras que eu vi crescer.

Videiras que eu plantei.

Do meu vinho vou beber!

Das uvas que eu pisei…

O coxo fica a andar.

O cego passa a ver.

O mudo começa a falar.

O analfabeto consegue ler.

O triste volta a cantar.

O surdo fica a ouvir.

O bebé nasce a falar.

 

Ficará sempre a sorrir.

Tristeza nunca vai ter.

Inteligente será

Quem deste vinho beber!

 

António Assunção

 

 

 

 

 

Publicado por vozdogoulinho às 00:01
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