Mais sobre mim

As noticias e comentários do dia a dia de uma pequena aldeia da freguesia de Aldeia das Dez no concelho de Oliveira do Hospital.

Redes sociais

Facebook:

Voz do Goulinho

Instagram:

@vozdogoulinho

Novas notícias

Vamos ajudar o Santuário ...

O Renascer do Vale da Rod...

Era assim o meu Goulinho

Nota de Pesar

Reciclagem uma miragem na...

Incêndios… Onde está a pr...

Voltei!

NEVOEIRO DE VERÃO

O CHEIRO DA SERRA

SÓ DIGO A VERDADE

Outubro 2023

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31

Pesquisar

 

Links

Arquivos

Outubro 2023

Setembro 2023

Agosto 2023

Julho 2023

Julho 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Junho 2009

Maio 2009

Abril 2009

Março 2009

Fevereiro 2009

Janeiro 2009

Dezembro 2008

Novembro 2008

Outubro 2008

Setembro 2008

Agosto 2008

Julho 2008

Junho 2008

Maio 2008

RSS
blogs SAPO
Terça-feira, 23 de Setembro de 2008

Baú de Memórias: Os divertimentos de antigamente...

O Vale de Maceira (Santuário de Nossa Senhora das Preces) era nas décadas de 40 a 60 aquilo a que hoje se poderia chamar uma grande área comercial. Lembro-me de três grandes supermercados da época onde de tudo se vendia desde tecidos para a confecção de roupas, cobertores, lençóis e mantas de lã até utensílios para a agricultura. Enfim tudo o que hoje se vende em qualquer grande superfície poderia ser encontrado na mercearia da menina Assunção (que ainda hoje assim é tratada), um pouco mais acima era a mercearia do Sr.Anibal que tinha de tudo um pouco embora se destacasse na oferta dos tecidos, logo ao lado tínhamos a loja da tia Gracinda e um pouco mais á frente na Casa da Eira tínhamos alfaiate taberna e mercearia cuja oferta não era tão significativa como as restantes. Nesta serra toda a roupa era feita por costureiras cá da terra, o Vale de Maceira tinha várias assim como eu (Goulinho) tinha na casa da tia Maria Rosa a filha Celeste (já falecida) e a Dª Elisa (que ainda hoje pega na agulha embora a idade seja já avançada).

Vinha gente da Gramaça, Porto Silvado, Vale Torno, Barroja, Avelar e Chão Sobral ao domingo até ao Vale de Maceira pois era dia sagrado, como tal naqueles tempos todas as pessoas vinham à Missa, enchia-se a igreja e por vezes ficava gente à porta. Muitas raparigas e mulheres que vinham do lado da Gramaça e Porto Silvado vinham calçadas com calçado velho, quando chegavam à forja do tio João calçavam os melhores sapatos que traziam na sacola e algumas (não todas…) calçavam as meias. No final da Missa trocavam conversa com pessoas conhecidas ficando a saber as últimas novidades pois só se viam de oito em oito dias. Os mais novos falavam dos namoricos dos bailes que se faziam nas várias aldeias que era o grande divertimento da época pois não havia televisão e eram raros os que tinham uma telefonia. A grande atracção da altura eram sem dúvida os bailaricos, destacando-se os bailes na Gramaça devido aos seus grandes tocadores, lembro-me do ti Lameiras com o seu bandolim, os Freires com as suas harmónicas (mais tarde boas concertinas), não me podendo esquecer que o José da Barroca também se ajeitava bem nos bailes do Porto Silvado.

Eu também tinha cá os meus bailaricos… Ah se tinha! O mais antigo era na loja da forja mais tarde passou para a loja da tia Albertina e depois para a garagem do tio Acúrcio. Os tocadores eram muito bons, desde o tio Cristiano (marido da Dª Elisa), ao António Bárbara com a sua viola, o António Mendes de Vale de Maceira que era um artista a tocar guitarra e a cantar sendo uma figura única a dirigir o fado mandado. Faziam-se grandes desgarradas  e os mais velhos de vez em quando também davam o seu pezinho de dança. As mães também estavam presentes, em especial para guardarem as filhas não aparecesse algum rapazote mais atrevido!

Esta era a minha vida… e é nestes momentos que me vem à mente o refrão daquela velha canção: “Ó tempo volta para trás…”

Hoje já só há missa quando o Padre Sousa quer ou pode e todas as mercearias fecharam. A crise começou nos finais dos anos 60 quando a juventude foi para outras paragens. Hoje só nos restam as pessoas idosas e já não são muitas, a desertificação acelera a grande velocidade e embora as aldeias apresentem bonitas casas muitas delas são colónias de férias para alguns dias de descanso… Resta uma aldeia na nossa freguesia que se chama Chão Sobral que tem sabido e bem segurar a muita juventude que tem… não sabemos é até quando…

 

Publicado por vozdogoulinho às 16:53
Link do post | Comentar | Ver comentários (7) | Favorito
Partilhar